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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

SNCT
Minicurso discute trabalho familiar na agricultura
Posted by Agenotic
Carolina Vaz

A desvalorização das funções desempenhadas por crianças e mulheres na agricultura familiar no Brasil do século XIX aos dias atuais foi o centro da  discussão da professora de geografia Maria Luiza de Oliveira no minicurso “Trabalho familiar e gênero na agricultura brasileira”. Após mais de um século do início da prática da agricultura familiar no país, poucas mudanças ocorreram na exploração do trabalho infantil e feminino nas fazendas e pequenas propriedades. O evento foi realizado ontem, 20,  integrado à programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.
A agricultura familiar no país teve início com o fim da escravidão. No sistema de colonato, toda a família trabalhava pela produção e pela subsistência. O pai fazia o trabalho da lavoura, cultivo e colheita com ajuda da família. A mulher e os filhos, além de trabalharem em atividades de subsistência, cuidavam dos animais, dos alimentos e da manutenção da casa.O trabalho do homem, fora de casa, era considerado produtivo, pois tinha valor econômico, e das mulheres e crianças, fora e dentro de casa, reprodutivo. Mas apenas o homem recebia pagamento pelo trabalho. As atividades da mulher e das crianças eram consideradas atividades de ajuda ao pai, mas não trabalho de verdade.
A palestrante conta que com o tempo tornou-se difícil manter a pequena propriedade. Fatores como a falta de subsídios, a modernização do campo, a concentração de terras e as pressões de grandes fazendeiros e empresas pela compra das propriedades foram determinantes para as dificuldades do pequeno produtor. Além disso, a industrialização e a urbanização geraram êxodo rural e subempregos nas cidades. Maria Luiza Oliveira afirma que, apesar de todas estas mudanças, ainda hoje as famílias de produtores no campo têm as mesmas características da exploração do trabalho feminino.
No Salão Azul, o público do curso,  formado por alunos de Geografia e Licenciatura em Ciências Agrícolas,  questionou a professora sobre o sistema de agricultura atual e o Movimento dos Sem-Terra. Luana Gava, 20 anos, estudante do quarto período de Geografia, considera o assunto importante para sua formação. “A geografia agrária é uma área de destaque e a agricultura familiar é ainda muito comum no país”, diz a estudante, proveniente do interior do Espírito Santo. Pela sua origem,  ela se identifica com o contexto apresentado no minicurso, mas acredita que é uma realidade desconhecida pelas pessoas dos grandes centros urbanos.
SNCT

Projeto ensina como criar biojoias e valorizar a natureza


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Analine Molinário


O que é bonito é para se admirar e respeitar, diz a sabedoria do povo. Partindo de uma ideia como essa, a bióloga Maria Mercedes Teixeira da Rosa, professora do Departamento de Botânica do Instituto de Biologia (IB) criou o projeto de biojoias. O trabalho consiste em fabricar adornos e acessórios como brincos, colares e chaveiros com materiais da natureza. Um pouco da técnica foi ensinada pela professora na oficina ‘Fazendo arte com plantas – criando biojoias’, ontem, 20, no Jardim Botânico da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). A oficina foi mais uma atividade da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, aberta a estudantes e comunidade externa.

Ao observar que alunos de biologia e de outros cursos diziam não gostar de plantas, Maria Mercedes avaliou que precisava mudar essa visão. A professora, com base nos estudos de etnobotânica – área que estuda a relação do homem com as plantas – , percebeu que através do ensino de produção de biojoias poderia conscientizar as pessoas sobre a importância e necessidade de proteção aos vegetais. “A oficina é para levar as plantas até as pessoas. Você só gosta do que conhece e cuida do que gosta”, afirma Mercedes.
 
Para fazer as joias, é preciso de sementes, fibras naturais, cascas de coco, capim, também conchas, madeira, ossos, penas, escamas e alguma criatividade. Um conceito aprendido no projeto, segundo a professora Mercedes, é o de sustentabilidade. Mostra-se ao aprendiz da oficina que uma planta pode render muito mais viva que cortada para extração de madeira. Ela acredita que ao entenderem a importância desse ser vivo para o meio ambiente, cria-se a necessidade de protegê-lo.
Os alunos do Programa de Iniciação à docência (PIBID) aprendem a produzir os adornos e depois compartilham em aulas sobre a importância das plantas para crianças das escolas de Seropédica. A fabricação de biojoias ainda pode ser uma fonte de renda e inclusão social, já que no Brasil existem projetos para ensinar presidiárias, pessoas com problemas mentais e idosos sob a forma de terapia ocupacional.

O estudante João Pedro Vasconcelos, 1º período de Licenciatura em Ciências Agrícolas (LICA), decidiu fazer a oficina para experimentar uma atividade diferente na Universidade. Já Glauciane Ribeiro, também do 1º período de LICA, participou da oficina por ter interesse no estudo de plantas, principalmente sementes. Ao se formar, ela pretende ensinar aos seus alunos a produção de biojoias.

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Professores da Rural discutem o futuro da baixada de Sepetiba
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Jéssica Reis

Na manhã de terça-feira, 18, no Salão Azul, prédio principal (P1) da UFRRJ, professores da UFRRJ debateram “O Risco, a Dinâmica Climática e a Percepção de risco na baixada de Sepetiba, Rio de Janeiro”. A mesa-redonda foi organizada pela professora Regina Cohen e os palestrantes convidados foram os professores Andrea Sampaio, Andrews Lucena e Décio Tubbs. O evento fez parte da Semana de Ciência e Tecnologia.
Sepetiba está sujeita a intervenções de estatais e de grandes empresas", revela Andrews
O professor Andrews Lucena chamou atenção para o crescente aumento das temperaturas mínimas, em todas as estações do ano em Sepetiba. A esse dado, atribuiu o crescimento da área urbana que, em 1990, teve o índice mais alto de calor. Utilizando as estatísticas climatológicas do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET-RJ), Andrews alertou para o grande indicativo de impacto no solo em função de temperaturas elevadas. Segundo ele, a Terra está demorando a devolver a energia solar recebida, o que é um dos fatores do chamado aquecimento global.
A seguir, o diretor geral do Comitê Guandu, Décio Tubbs, discutiu a questão da gestão hídrica – as preocupações com a utilização da água nos municípios da Baixada Fluminense. Apontou os riscos de qualidade e de quantidade pelos quais o abastecimento de água está sujeito. Segundo o professor, o gerenciamento da água precisa de organismos coletivos como os comitês. A água é usada por agentes com interesses distintos e por isso necessita de decisões coletivas. Tubbs aconselhou a população a ficar de olho no marketing de sustentabilidade utilizado pelas empresas. Destacou que necessário mesmo seria olhar para os problemas de todos os municípios de maneira integrada.
No evento estavam presentes alunos e professores da universidade e também alunos da rede pública do município de Seropédica.

SNCT
Educação para o aproveitamento de resíduos sólidos

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Letícia Santos

A reutilização de objetos que vão parar no lixo é um assunto urgente ao passo que cresce a população urbana. No último dia 18, o professor Francisco Carlos de Francisco, do departamento de Geociências, da UFRRJ discutiu o problema no minicurso “Resíduos sólidos urbanos: aproveitamento e utilização”. O evento foi realizado no auditório Paulo Freire (ICHS), por ocasião da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, e mostrou a importância dos resíduos sólidos para a sociedade.

Com o aumento do número de habitantes do planeta, o consumo também cresce e gera maior quantidade de resíduos. Uma saída para o controle da produção de lixo, apontada por Francisco, é a reeducação com base na escola. Segundo ele, as crianças não têm uma visão massificada e podem ser educadas para o aproveitamento do lixo. “Alunos do ensino fundamental precisam de orientações para o tratamento de resíduos sólidos, mas é necessário também que no ensino médio haja trabalhos de reutilização desses materiais”, explica o professor. O lixo é considerado um subproduto econômico e tem valor de uso.

Dados exibidos por Fancisco de Francisco mostram que 260 mil toneladas de lixo são produzidas diariamente nas cidades brasileiras. Desta quantidade, 59% vão para o lugar onde se deposita o lixo em uma área urbana. Aterros controlados, aterros sanitários e outras formas corretas de finalização de resíduos recebem apenas 13% da produção total.
Para fazer o aproveitamento dos resíduos é preciso saber de sua origem. O lixo pode ser vegetal (sobra de alimentos, papéis, madeiras), animal (carnes, ossos, couros, laticínios), mineral (latas, vidros, louças, cerâmicas) e sintéticos (plásticos, borrachas, vinil, tecidos). A composição da produção diária, em dezembro de 2010, era de 53% de matéria orgânica, 25% de papel e papelões, 3% plástico, 2% vidro e 15% de outros componentes. O alumínio é o produto mais reutilizado por causa de seu custo, pois o valor de sua extração é muito maior que o de reciclagem. Por outro lado, existem produtos largados na natureza em grande porcentagem. Apenas 15% do plástico é reciclado enquanto 85% dele está na natureza. A estimativa da Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos, em 2010, é de que apenas 300 mil pneus de 100 milhões são reciclados. Por mais que existam formas de tratamento de lixo como compostagem, reciclagem e coleta seletiva, a maior preocupação, na visão de Francisco, é que essa quantidade de resíduos produzidos diariamente vai se multiplicando a cada ano.

Para finalizar, o professor Francisco Carlos de Francisco apresentou algumas imagens de lixões. Entre eles, estava o de Seropédica com vários resíduos hospitalares e outros despejos ilegais.

Jardim Botânico da Rural mostra espécies em perigo de extinção
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Sair da sala de aula para conhecer o ipê, o jacarandá-da-bahia, a braúna e outras espécies da flora brasileira foi o programa de alunos do 7º ano da Escola Municipal de Seropédica Valtair Gabi. Na manhã do dia 20, eles visitaram o Jardim Botânico da UFRRJ, na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, e participaram da oficina “Verde em Perigo: Conhecendo espécies de plantas ameaçadas de extinção”. Bianca Ferreira, aluna do 8º período de Biologia, e Verônica Moura, professora de botânica, ambas da UFRRJ, guiaram os estudantes pelo passeio.

A oficina começou com uma explicação sobre a importância da preservação das espécies. Depois, seguiu por um passeio no Jardim Botânico da Universidade para a identificação de algumas espécies ameaçadas de extinção. Os alunos estavam acompanhados da professora de Ciências Candida Rezende, que ressaltou a importância de visitas como essas: “Tudo que posso costumo levar para sala de aula, mas têm algumas coisas que não dá. Em visitas como essas, eles tomam contato com o que estudam na escola”. Durante a caminhada, os visitantes aprenderam curiosidades e características de diversas árvores, como os espinhos usados para a defesa e as sementes e frutos de cada uma.

No sorteio de mudas de pau-brasil, um dos alunos sorteados foi Lizandra Basílio, 12 anos. Para ela, a oficina foi, além de divertida, um aprendizado. “Adorei o passeio, porque pudemos ver aqui árvores mencionadas pela professora na escola. Adoro ciências, e realmente vi como é importante preservar as plantas”.

Depois de observar as árvores do Jardim Botânico, a turma foi ver a estufa de mudas. Os alunos de Agronomia Tiago Sampaio, do 7º período, e Maria Laura Ferreira, do 6º, mostraram para os jovens a importância dos vegetais no tratamento de doenças e do uso para produtos de higiene e cosméticos. Além das informações e do conhecimento adquirido, os visitantes colheram trevos de quatro folhas para levar para casa.